terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Rita Lee dando aula em SERGIPE?



Rita Lee se despediu dos palcos fiel ao espírito combativo que um dia já foi associado ao rock’n'roll.
Durante seu show saideiro, em Aracaju (mais exatamente no município vizinho de Barra dos Coqueiros), peitou a truculência policial e suas questionáveis prioridades. 
A indignação de Rita tem razão de ser. Não havia algo melhor para cuidar em Aracaju no sábado à noite do que ficar caçando baseado?
As estatísticas indicam que havia. Ah se havia.
Em setembro, o blog de Jorge Werthein, vice-presidente do grupo educacional Sangari,em comentário sobre a pesquisa Mapa da Violência, observou:
Em 1998, quando se fez o penúltimo levantamento, Sergipe ocupava a vigésima primeira colocação e agora ocupa a 14ª posição a nível nacional. Já a nível de Nordeste a situação é ainda pior. Infelizmente o estado de Sergipe ocupa a quarta posição, perdendo apenas para Alagoas que é o campeão, Pernambuco e a Bahia.
Situação abordada também em matéria do Em Sergipe do fim de novembro:
No Anuário de Segurança Pública, divulgado nesta semana, Sergipe apareceu como um dos estados com maiores índices de aumento da violência. De 2009 para 2010, o número de homicídos dolosos aumetou em 23%. Latrocínios (roubo seguido de morte) tiveram um crescimento, neste mesmo ano, de 174%.
Rita Lee conhece de outros carnavais essa tal de hipocrisia brasileira.
Aos 65 anos, mostrou postura e coragem que é difícil de encontrar nos popstars hormonais que querem pegar geral.
Será uma grata surpresa o dia em que um ídolo “universitário” qualquer tiver 10% da atitude de Rita. Tipo o Michel Teló xingar o agribusiness. Ou os caras do Restart esculacharem o Bolsonaro.
Não que seja obrigatório ser politizado e engajado. Não mesmo. Só é mais bonito, mais digno.
Muita gente acha que não precisa, que o certo é ficar quieto no seu canto e não fazer baderna. E que quem faz é “criminoso querendo levar vantagem”.
A cracolândia acabou. A classe C já pode comprar TV de tela plana. Somos a 6ª economia do mundo. E o “nosso” Eike Batista está no top ten dos bilionários do mundo.
Reclamar do quê?

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